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1 Pesquisa bibliografica

 

1.1 Historico do álcool

 

O álcool é considerado uma droga do tipo depressora, pois diminui a actividade cerebral. Droga é qualquer substância que actua sobre o cérebro, alterando o psiquismo.Entretanto o álcool é lícito e aceite socialmente. Isso quer dizer que pode ser comprado e  consumido  livremente.

 

Pelo menos 517 cidadãos nacionais e 23 estrangeiros foram indiciados em Moçambique, durante o ano de 2009, por prática de crime de consumo de drogas, segundo o Relatório Anual do Gabinete Central de Combate a Droga sobre a Evolução do Tráfico e Consumo Ilícito de Drogas.


O relatório destaca a existência ainda de um número elevado de consumidores de droga no país, sendo que o álcool, que representa 48% de todos os casos registados, é uma das substâncias mais consumidas, seguindo-se a canabis sativa, vulgo "suruma''. Também se consome a heroína e cocaína.

 

Entre as drogas de maior proliferação, o álcool figura em primeiro lugar, com 1023 pacientes em tratamento no fim do ano passado, seguindo-se a cannabis sativa, popularmente conhecida por sorruma, a heroína, com 46 indivíduos, e a cocaína.

 

O alcoolismo é uma das patologias que mais afligem indivíduos e coletividades, pelas suas particularidades e história através dos tempos é tão antigo quanto o próprio homem. As bebidas alcoólicas estiveram presentes em quase todas as culturas conhecidas até hoje.

 

Assim, mesmo no conhecimento vulgar, é aceite que as bebidas alcoólicas: ajudam no trabalho duro e diário; alivia a fome; dá energia aos fracos; dá calor no frio; refresca no calor; diferencia crianças de adultos; serve de consolo, e muitas outras representações.

 

Todavia, apesar de o álcool ser conhecido desde os tempos mais remotos, lembrado biblicamente e associado ao sexo e à luxúria, somente no Século XVIII o problema foi objeto de maior atenção por parte da medicina, quando Benjamim Rush descreve os seus efeitos no corpo e na mente humana, concebendo esta condição como enfermidade.

 

1.2 Alcoolismo Como Doença

 

 Em 1849, Magnus Huss (citado por SAS,1994), a designação Alcoolismo, não se referindo à ingestão excessiva de bebida, mas sim, às conseqüências somáticas decorrentes de tal prática e os efeitos nocivos que a ingestão crônica proporcionava. Apesar disso, a ingestão do álcool ainda continuou a ser considerada como vício ou fraqueza de caráter.

 

Tal representação perdurou por décadas, até que a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a considerar o alcoolismo como uma patologia e, mais recentemente, a Síndrome da Dependência do Álcool (SDA), idealizada por Edwards & Gross(1976), como elemento básico para seu diagnóstico.

 

 A Síndrome da Dependência do Álcool, tratada como alcoolismo crônico, deve ser entendida como sendo o início da ingestão de bebidas até chegar a uma situação de dependência,  e caracterizada como um grupo inter-relacionado de sintomas, comportamentais e fisiológicos. Por outro lado, as incapacidades relacionadas ao álcool consistem em disfunções físicas, psicológicas e sociais, que advém direta ou indiretamente ao uso excessivo da bebida e a dependência.

 

Adoença é conceituada como: ´´Toda e qualquer condição individual que traga dor, sofrimento próprio ou de outrem, de qualquer etiologia, e que em função desta condição traga diminuição, limitação, incapacitação, piora da qualidade de vida, seja de forma provisória ou permanente, parcial ou total.'' Dessa forma o alcoolismo preenche os requisitos estabelecidos  para ser reconhecido como doença.

 

O alcoolismo  traz dor, sofrimento, limitação, impedimento e/ou incapacidade no exercício das atividades de forma regular contrariando o conceito de saúde como o equilíbrio, a harmonia, o bemestar bio-psiquico-social adotado pela OMS.

 

1.3 Hereditariedade Do Alcoolismo

 

O alcoolismo na fase juvenil  è um factor que pode estar associado com a hereditaridade, isto è, passagem do comportamento dos progenitores aos descendentes. Em um dos estudos, Goodwin (citado por jubert, 1999) demonstrou que homens cujos pais biológicos eram alcoolistas apresentavam uma possibilidade quatro vezes maior de serem alcoolistas do que os criados com pais adotivos alcolatras.

 

Alguns jovens com traços de personalidade como: vivência solitária, desespero, dependência marcante, atitudes ambivalentes como agressividade e imaturidade tenham mais facilidade em desenvolver dependência. Fatores sociais, psicológicos e religiosos, bem como problemas temporários podem influenciar a decisão de beber tanto no adolescente quanto no adulto jovem.

 

 Dada a alta taxa de prevalência de indivíduos que, por qualquer motivo, num momento ou outro da vida fizeram uso de álcool, torna o beber um fenômeno praticamente universal. Entretanto, fatores que podem influenciar a decisão de beber ou fatores que contribuem para problemas temporários, podem ser diferentes daqueles que contribuem para os problemas recorrentes e graves da dependência de álcool.

 

 A prevalência de casos de alcoolismo entre raparigas tem aumentado, bem como o envolvimento em acidentes de carro quando embriagadas. Isso significa que vem ocorrendo uma mudança de comportamento na última década: as raparigas têm mais liberdade para freqüentar locais e eventos onde se consome bebida alcoólica.

 

Quanto aos marcadores da quantidade de consumo de álcool, eles se referem aos riscos à saúde física. Embora o uso regular de álcool dentro dos parâmetros que não constituem risco à saúde (física), por sua vez, no decorrer do tempo, pode implicar no aprendizado do beber e, num futuro, constituir um quadro de alcoolismo.

 

Uma dificuldade quanto a esses marcadores, é que adolescentes ou jovens podem estar consumindo bebidas alcoólicas em grupos de colegas, o que dificulta ao certo o controle  quantidade de álcool ingerido.

 

1.4 Senssibilidade ao álcool

 

Embora seja conhecidos atualmente alguns fatores de risco e de proteção do adolescente em relação às substâncias psicoativas, é necessário enfatizar que além da disponibilidade e da publicidade, é fácil o acesso à bebida alcoólica pelos adolescentes, ou seja, a vulnerabilidade sócio-cultural ao álcool. Também, não é demais repetir um dado importante: não existe consumo de álcool sem risco, ou, não é necessário ser um alcooletra para  ter problemas com bebida alcoólica.

 

Na adolescência, quando das primeiras experiências com a bebida alcoólica, há o adolescente fraco e o adolescente forte em relação ao álcool. O adolescente fraco (sensível) para o beber é aquele que com uma ou duas mèdias de 2M ou pequena porção de qualquer bebida alcoólica já se sente alterado e, ao mesmo tempo, pode passar mal com isso. Não consegue então beber mais que isso, porque não se sente bem. No dia seguinte ao uso ou ao abuso de álcool, o fraco para o beber não pode ver bebida alcoólica em sua frente. Sente os efeitos do álcool: mal estar, dor de cabeça, problemas abdominais, indisposição.

 

O adolescente forte (tolerante) para o beber é o que suporta beber quantias maiores sem muita alteração. Desenvolve também, com o aprendizado de beber, a capacidade de executar tarefas mesmo sob o efeito do álcool. É aquele que é enaltecido pela turma pelo fato de agüentar a beber. É o que ajuda a levar para a casa um colega que não passou bem com a bebida, isto é, o colega fraco para beber. No dia seguinte, o forte para o beber, mesmo sentido alguns efeitos do consumo de álcool do dia anterior, mostra disposição para beber novamente.

 

Na sensibilidade, o álcool pode ser um reforçador positivo, mas os maus efeitos experimentados pelo organismo decorrentes do uso do álcool, pode tornar o álcool um estímulo aversivo.

 

O fraco para beber, assim por sua sensibilidade, impõe-se um limite quanto à bebida. O forte não. Sempre está disposto a beber. E ao ser enaltecido pelo grupo de convivência como alguém que é forte para beber, já que a adolescência é um período de auto-afirmação, sente-se elogiado com isso, o que reforça seu comportamento de beber.

 

1.5 Conclusão

 

Embora o que expomos seja um estudo teórico, a identificação desses parâmetros precoces do alcoolismo no adolescente que consome bebida alcoólica pode ser de importância para a prevenção e também para fomentar pesquisas quantitativas para confirmar ou infirmar a hipótese apresentada.

 

É razoável afirmar que os problemas envolvidos no consumo de bebidas alcoólicas crescem à medida que as nações se desenvolvem e, ao mesmo tempo, o álcool se forja como um dos principais fatores limitantes do desenvolvimento social e econòmico do pais.

 

Contudo vimos que a álcool è uma droga lìcita de consumo, mas por mais amigável que aparenta ser esta leva a perda de varias vidas humanas(mortes físicas) e reduz de um certo  modo a capacidade que uma pessoa tem de reflectir, agir (perde a capacidade ciclo-motora).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bibliografia

 

Juberty Antonio de Souza(1999).Seminario do Alcoolismo e HIV/SIDA entre povos indigenas.www.aids.gov.br

 

Gabinete Central De Combate a Drogas(2009).Relatorio Anual Do Gabinete Central De Combate a Drogas.www.portaldogoverno.gov.mz

 

Brasil, Ministério da Saude, Secretaria da Assistência à saúde/SAS (1994).Normas e procedimentos na abordagem do alcoolismo.2ª edição, Brasília.

 

Balate, Alberto e Nhamue, Rogèrio(2009).Eu, Ex-Drogado Me Confesso.1ª Edição.Maputo,Ndjira.